Thursday, June 01, 2006

Biografia:Damião de Góis


Damião de Góis, historiador e humanista português nasceu em Alenquer, no ano de 1502.
De família flamenga, em 1511 entrou para o paço. Ficou órfão de pai em 1513.
Desenvolveu a sua cultura clássica e artística nos meios humanistas dos Países Baixos.

De 1529 a 1533 viajou pelo norte da Europa, contactando com mercadores locais, magnates e escritores célebres, tais como Lutero e Erasmo.
Em 1533 foi nomeado tesoureiro da Casa da Índia, cargo que recusou, a pretexto de ir em peregrinação a Compostela.

Estudou em Pádua onde se relacionou com os maiores humanistas italianos do tempo (Bembo, Sadoleto, Reginald Pole, entre outros). Continuou os estudos em Lovaina onde constituíu família, casando com Joana Van Hargen.

Entre 1539 e 1542, período de criação do humanista luso, publica vários Opúsculos: em 1539, os Commentarii Rerum Gestarum in Índia; em 1540, o Fides, religio monesque Althioporum sub imperio Preciosi Joanni.
Após a guerra que assolou a Flandres e que lhe trouxe vários dissabores, regressa a Portugal em 1545, chamado para mestre do príncipe D.João, cargo para o qual nunca foi nomeado uma vez que existiam suspeitas de heterodoxia, sendo por isso investigado pela Inquisição, numa denúncia feita pelo padre Simão Rodrigues de Azevedo, antigo companheiro de estudos.
Em 1546 dedicou-se à
redacção de alguns dos seus Opúsculos humanísticos como o Urbis Lova niensis Obsidio feita a pedido de Carlos V.

Em 1548 foi nomeado guarda-mor interino da Torre do Tombo. Dez anos mais tarde foi escolhido pelo cardeal D.Henrique para escrever a Crónica do Felicíssimo D.Manuel (1566) e a Crónica do Príncipe D.João (1567), contendo a primeiras alusões críticas a membros da nobreza, com omissões de elogios e reparos políticos excessivamente livres a D.João II o que levou a uma reedição, após a inutilização da primeira parte já impressa.
Em 1571, por possível denúncia de seu genro Luís de Castro, foi preso pelo Santo Ofício.

Apesar da exposição circunstanciada de toda a sua vida, o tribunal confinou-o no Mosteiro da Batalha em fins de 1572.
Em 30 de Janeiro de 1574, apareceu morto, com suspeitas de assassinato, na sua casa de Alenquer, sendo enterrado na Igreja de Santa Maria da Várzea.

Damião de Góis
é sem dúvida a maior figura do humanismo Leigo de Quinhentos, pela vastidão da sua cultura clássica e artística, bem como pelo conhecimento pessoal dos grandes vultos e correntes do pensamento europeu.
O seu feitio mordaz e auto-suficiente e um certo relativismo religioso cr
iaram-lhe dificuldades além fronteiras.
Bibliografia:
Rebelo, Carlos; Lopes, António; Frutuoso, Eduardo; Olhar a História 10º ano, volume 2; Didáctica Editora

Serrão, Joel, Dicionário de História de Portugal, Vol. III, Livraria Figueirinhas/Porto,1979

Enciclopédia Luso Brasileira de Cultura; Vol. 4, Editorial Verbo.

Couto, Célia Pinto, Rosas, Maria Antónia Monterroso; O Tempo de História, 3ª parte, 10º ano, Porto Editora
Dicionário de Literatura,1º volume, 3ªa edição, editora: Figueirinhas/Porto.

Serrão, Joaquim Veríssimo, História de Portugal [1495-1580], 1ª edição: Setembro de 1978, Editorial Verbo.

Enciclopédia Luso Brasileira de Cultura, Vol. 6, Edição Século XXI, Editorial Verbo.
Activa Multimédia – Enciclopédia de Consulta, Vol. X, Lexicultura, 1997.
www/CD-Rom:Encarta.

0 Comments:

Post a Comment

<< Home